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 O que ninguém te conta sobre os carros elétricos

O que ninguém te conta sobre os carros elétricos

Toda semana somos bombardeados com notícias sobre carros elétricos sendo lançados no mercado e fato é que eles estão se tornando cada vez mais comuns nas estradas ao redor do mundo, mas será que isso é realmente motivo de comemoração? Chegou a hora de pesar na balança quais são os prós e contras desse modelo de carro e assim tirarmos nossas próprias conclusões, vamos lá?

Pra começar, as principais vantagens que todo mundo conhece: a emissão zero de poluentes, o silêncio do motor, a manutenção barata, muito torque e baixo custo de rodagem. Já, os contras normalmente se limitam ao custo do carro, baixa autonomia, a demora na recarga e os poucos postos de abastecimento, mas será mesmo que a lista está completa?

Existem algumas questões que não costumam aparecer nas grandes mídias, quando pensamos em carros elétricos são cinco principais desafios para os quais ainda não temos respostas, veja quais são:

O primeiro desafio é a fabricação, já que as indústrias não estão prontas para os carros elétricos e isso tem sido motivo de muitas noites em claro dos fabricantes de automóveis. Sabemos que 2030 é o ano estipulado pra que a Europa suspenda a venda de veículos a combustão, e se pararmos pra pensar: o tempo urge!

Pra fazer a conversão de um negócio gigantesco o tempo é muito pouco, a média pra fazer um novo projeto de carro a partir do zero é de quatro anos! Ou seja, colocando na ponta do lápis, a Europa tem apenas sete anos para transformar 100% sua indústria em produtora de carros elétricos.

Além disso, o crescimento da indústria dos elétricos só cresceu porque houveram enormes incentivos dos governos, como nos Estados Unidos em que os benefícios fiscais iam até US$ 7.500 sendo que os elétricos representam uma mixaria nas vendas, então como será numa próxima década quando milhões de impostos não forem para os cofres desses governos?

Um outro fator que precisamos considerar, é que os carros elétricos são divulgados como mais sustentáveis por não emitirem poluentes, mas essa é uma meia verdade, já que para gerar energia os países utilizam de indústrias extremamente poluentes. 

Muitas nações europeias utilizam da queima de carvão e usinas termelétricas como principal matriz energética, assim, por mais que os elétricos não contribuam diretamente para o aumento da poluição atmosférica e o aquecimento do planeta, a energia que alimenta a sua bateria muito provavelmente é proveniente de uma fonte “suja”. 

Para o físico José Goldemberg, presidente da FAPESP, a fabricação de carros elétricos só valem realmente a pena para países em que a maior parte da matriz energética é renovável, como no caso do Brasil, que tem como principal fonte a hidráulica considerada limpa e renovável, já no caso dos Estados Unidos e outras noções, não existem reais vantagens sustentáveis para substituição do motor a combustão. 

Outro problema bem relevante pra esse mercado são os empregos ameaçados, já que os carros elétricos são mais simples de construir e demandam 30% menos de trabalho na produção usando menos componentes.

Fábricas que produzem motores a gasolina, radiadores, câmbios, velas, injeção eletrônica, tudo isso será inútil pra um elétrico e se a tendência do futuro for o que a mídia tem criado de expectativa com uma dominação dos elétricos, todas essas fábricas vão desaparece

Um estudo feito pela Volkswagen para o instituto Fraunhofer para Organização e Engenharia Industrial diz que 12% dos empregos dessa indústria devem sumir, sendo que alguns ainda alegam ser uma estimativa muito otimista! Aposto que você nunca tinha pensado pra esse lado, não é mesmo?

O quarto desafio são as baterias. Representando 40% do preço final do veículo, elas são o item mais caro do automóvel, porém a expectativa do mercado é que elas diminuam o valor já que com o aumento da produção aumente também a escala, mas não é bem assim que funciona.

Com o mundo cada vez mais digitalizado, cada vez mais produtos vão estar conectados à internet e mais celulares e computadores serão comercializados. Todos esses aparelhos utilizam baterias de lítio, que é a mesma tecnologia do veículo elétrico, só que a bateria do elétrico precisa de 100 mil vezes mais energia que o celular.

Você consegue imaginar o tamanho do problema que teremos? Mesmo que a produção cresça muito, a demanda pelos metais utilizados na fabricação também crescerá exponencialmente.

E pra piorar, as reservas dos dois principais metais utilizados na bateria estão concentrados nas mãos de poucos países. 50% do cobalto está na República Democrática do Congo e 75% do lítio na Bolívia, Chile e Argentina, e como sabemos, os metais só podem ser extraídos em locais naturais.

E o quinto desafio, ainda sobre as baterias diz respeito ao seu resfriamento, já que como o celular pode aquecer, a bateria também gera calor no uso do veículo e até três vezes mais durante a recarga.

Pra evitar que o superaquecimento aconteça existem dois sistemas, o de arrefecimento a ar, que são bem comuns em automóveis elétricos mais baratos, e também sistema líquido, que são mais caros e equipam versões mais modernas.

Ou seja, quanto mais as fabricantes correm atrás de recargas mais rápidas e tecnológicas, mais cara será a refrigeração da bateria.

Eaí, essas problemáticas faziam parte da sua lista de prós e contras dos carros elétricos? Aposto que não. Agora, basta aguardar pra ver qual será a solução destes nós na indústria automobilística. Qual a sua opinião sobre tudo isso? Deixe nos comentários!

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